No interior de Minas Gerais, vive Arasmindo Pereira da Silva, pastor assembleiano, que preside a igreja de Uberaba há mais de 50 anos. Atualmente (2022) possui 91 anos de idade, 73 deles vividos como cristão pentecostal e servindo a Deus e à sua obra.

Sua história de fé iniciou na década de 1940, na zona rural da cidade de Conceição das Alagoas, quando com 17 anos de idade, aceitou a Jesus Cristo como senhor e salvador.  Desde sua conversão, o jovem passou a se dedicar a evangelização e em seu coração desenvolveu um anseio por tornar-se um obreiro, um ministro do evangelho e fazer Jesus conhecido em diferentes paragens.

Seu ministério pastoral iniciou em 1960 quando foi enviado para a igreja da cidade de Monte Alegre de Minas. Em seguida, pastoreou Centralina, Tupaciguara, Uberlândia, Ituiutaba e em 1971, chegou a Uberaba, onde fincou raízes. Ele mesmo relata que antes de ser transferido para Uberaba, teve um sonho com um campo cultivado e com ampla área a ser explorada, como se aguardasse alguém que se lançasse ao trabalho.

São mais de sessenta anos dedicados integralmente à obra pastoral. O trabalho efetivado em cada lugar que passou é como semente lançada ao campo que, conforme a lei da semeadura, frutificou. Alguns dos plantios redundaram em abundante colheita, alguns em safra razoável e outros foram limitados, semelhante à parábola do semeador (Mt 13). O fundamental é que realizou (e realiza) o trabalho de desbravar, preparar, lançar a semente e cultivar a terra; afinal quem dá o crescimento é o Senhor da Seara (1 Co 3.6).

Pr. Arasmindo Pereira da Silva está idoso, porém continua bastante ativo em seu ministério. Pioneiro no Triângulo Mineiro, o exemplo de sua dedicação à propagação das boas novas, incentiva olhar para os campos diante de nós. Não será ele que irá aos povoados do nordeste do Brasil ou aos indígenas do Amazonas. Também não irá aos aborígenes da Austrália nem aos budistas do Nepal ou de Myanmar. Ele contribuiu (e continua contribuindo) para a expansão da evangelização e não repousa sobre seus ombros a responsabilidade de anunciar entre todos os povos. Disse o sábio, “há tempo para todas as coisas” (Ec 3.1) e podemos afirmar que esse servo de Deus tem executado a tarefa que lhe cabe.

Seu ministério é marcado pelo zelo com o ensino bíblico, com o fortalecimento da igreja e com sua preparação para a volta de Jesus. É respeitado por seus pares, referência para os jovens obreiros e exemplo de vitalidade (física e espiritual). É incentivador da leitura da Bíblia, da vida em santificação e da evangelização. Seu testemunho de vida é uma amostra de como uma vida nos caminhos de Cristo é longeva, repleta de frutos e, sobretudo, glorifica a Deus, porque esta é a razão da vida cristã. 

Sua jornada é um exemplo do denodo missionário que o cristão deve cultivar. Seja em lugares próximos, seja em locais distantes, seja entre povos que habitam regiões longínquas, o “ide” de Jesus tem o mesmo valor. Há milhares de povos que nunca ouviram acerca de Jesus e de sua maravilhosa graça. No Brasil, por exemplo, há vários segmentos que tem acesso limitado ao Evangelho e povos inteiros que o desconhecem. Em regiões do planeta como Ásia, concentram milhões de crianças, jovens, adultos e idosos sem possibilidade de saber de Jesus se não houver cristãos que se dediquem ao propósito de fazê-lo conhecido entre os povos.

Missões são uma responsabilidade de cada cristão. Cada um pode dar sua parcela de contribuição. Nenhuma justificativa é plausível para se esquivar. O Senhor Deus usa aquele que se dispõe e se apresenta para o trabalho. Não importa a idade, 17, 29, 40, 65 ou 91 anos. A palavra de Deus assegura que “os que esperam no Senhor renovarão suas forças”.

E isso é manifesto na vida de Pr. Arasmindo Pereira da Silva. Em seus 91 anos de idade, tem vigor físico, ministrando no púlpito por mais de uma hora, fazendo caminhadas diárias, cultivando bom humor, presidindo a igreja em suas demandas e projetando a plantação de novas igrejas nos bairros e cidades da região. Segue fiel ao princípio da Grande Comissão e exemplo aos fiéis.

Colunista: Sandra Mara Dantas