O pastor Homero Aziz socorre refugiados dos territórios tomados pelo Estado Islâmico; pessoas que devem escolher entre obedecer aos radicais ou tentar escapar com vida. Ele revela entrevista o sofrimento dos cristãos que precisam fugir dos terroristas e como os ajuda a encontrar uma nova casa, inclusive no Brasil.
Missionário no Oriente Médio, pastor Homero Aziz conta como é o trabalho de apoio aos cristãos perseguidos e a realidade vivida por eles
Com um projeto missionário no Oriente Médio chamado “Mais no mundo” que tem com o objetivo fortalecer a igreja que sofre, especialmente, entre os milhares de refugiados sírios e iraquianos que fogem de tensões e conflitos na região. A Missão desenvolveu um programa de microcrédito beneficiando cristãos na região e visita campos de refugiados para anunciar o Evangelho e observar as necessidades dos cristãos nestes locais.
Nos países onde vocês atuam, o que vocês detectam como sendo os principais motivos da perseguição religiosa?
Homero Aziz – Em todos os países do Oriente Médio, com exceção do Líbano, os governos restringem as ações das igrejas cristãs e é proibido evangelizar ou distribuir literatura. Os convertidos do islamismo sofrem perseguição severa tanto do governo quanto da comunidade, correndo sérios riscos de violência e martírio.
Como vocês ajudam esses cristãos?
Homero Aziz –Temos um programa de acolhimento de refugiados no Brasil e recebemos muitos convertidos sírios e de outras nacionalidades. Quando somos informados dos casos no Oriente Médio, lidamos de diferentes maneiras para manter nossos irmãos e irmãs seguros. Dependendo da situação familiar e social, após a conversão, entramos com diferentes projetos, como realocação e microcrédito para abertura de pequenos negócios.
Qual o desafio que você enfrenta nessa missão?
Homero Aziz – Existem diversos desafios que dificultam nosso projeto missionário no Oriente Médio. Talvez dois sejam fáceis de evidenciar. O primeiro é a indiferença com que muitas vezes a Igreja no ocidente reage ao se deparar com a realidade em que atuamos. As necessidades são muitas e gigantescas, mas existem poucos intercessores e contribuintes fieis para os projetos que realizamos para apoiar os cristãos perseguidos por aqui. A Igreja livre está muito acomodada em sua zona de conforto e não se envolve como deveria. O segundo maior desafio que enfrentamos ao realizar nossa missão no Oriente Médio é a segurança. Além da perseguição institucionalizada realizada pelos governos e comunidades em que atuamos em toda a região, hoje, por causa dos quase oito milhões de sírios refugiados e alguns milhões de iraquianos em todos os países ao redor, existem muitas células terroristas atuando secretamente e realizando atentados no Líbano, Iraque e Turquia e outros países.
Ao aceitarmos o chamado de vir para cá, assumimos os riscos e consequências, por isto, é vital termos a Igreja livre nos apoiando e os cristãos locais que sofrem perseguição.
Nesse cenário de perseguição religiosa, qual a maior dificuldade encontrada para realizar o trabalho de ajuda humanitária?
Homero Aziz – Existem milhões e milhões de refugiados de diferentes nacionalidades em nossa região cheios de necessidades, entretanto, nosso trabalho não é – e não deve ser – apenas o de ajuda humanitária. Nós desenvolvemos um sistema de discipulado por meio de visitas semanais para cada família que adotamos em nossos projetos e temos usado nossos parceiros locais, assim como uma equipe composta pelos próprios refugiados, mas somos poucos trabalhadores em um oceano de pessoas sedentas e famintas de Deus. É tempo de colheita no Oriente Médio, por isso, fica o desafio de a Igreja brasileira enviar mais missionários para atuarem na região! Por causa das necessidades humanitárias gigantescas, os governos abrandaram a perseguição sobre os cristãos de nascença, portanto, é nosso tempo de desenvolver projetos e demonstrar o amor de Jesus através do cuidado e socorro.
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