As Escrituras afirmam em 1 Pedro 2.9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Destaquemos o privilégio do sacerdócio e assim ter acesso direto ao Senhor do universo. Todos os cristãos foram chamados para glorificar e atuar na obra de Deus e se o sacerdócio é universal, fazer missões é tarefa de cada cristão.
Quanto privilégio, ser eleito, ser sacerdote, ser propriedade exclusiva!! Consideramos que não há riqueza tal que possa ser dimensionada ou comparada. E nessa prerrogativa inefável, cada cristão é chamado a anunciar o Evangelho ou como diz o texto mencionado, “proclamar as virtudes”.
Na expansão do Reino se requer vários níveis de atuação e é verdade que há aqueles com maior ou menor habilidade em atividades específicas. Porém, à medida que se vai agregando conhecimento e experiência, avança-se o conjunto. Afinal, quem capacita é o próprio Deus que reparte dons a todos. Não há privilegiados, dantes todos foram chamados a proclamar a glória de Deus. Portanto, é tarefa de cada cristão, daquele mais simples em sua formação social e intelectual, quanto aquele que goza de destaque nos diversos meios. Como ‘sacerdócio real’, todos podem interceder, proclamar, discipular, apoiar.
E exercer o ‘sacerdócio real’ pressupõe um direito e uma responsabilidade. É um direito porque é concessão do Senhor Jesus que pelo sacrifício da cruz, reconciliou o homem com Deus. Por sua onipotência, Ele não precisaria do homem como seu colaborador, não obstante, concedeu-lhe o privilégio de pregar o Evangelho. E quando Jesus constituiu a Grande Comissão, atribuiu a todos os seus discípulos a responsabilidade de anunciar as boas novas até que ele retorne. Ainda prometeu que acompanharia, diuturnamente, todos os passos nessa tarefa e recompensaria a cada um pelo trabalho executado.
Diante do exposto, não há justificativa plausível para que o cristão não seja atuante na obra de expansão do Reino de Deus. Comumente se diz que missões se faz, orando, contribuindo, enviando e indo. E como isso se operacionaliza?
Todas as fases de missões estão articuladas e não se desvencilham. E comecemos pela oração que é primordial. É por ela que se enfrentam as diferentes barreiras (espirituais, sociais, culturais, políticas); que se busca direcionamento para agir; que se obtém forças para enfrentar os desafios, oposições e sabedoria para realizar o propósito missionário; que se compreende e se alinha à vontade de Deus e que se aproxima mais e mais do Senhor Jesus.
É preciso capital para custear todo o arsenal que envolve o trabalho missionário. Missões são feitas com pessoas e estas possuem demandas físicas, emocionais, espirituais. O vocacionado precisa ser preparado e treinado, o que exige estudo, aprendizagens diversas, vivências, disponibilização de materiais. Quando se está no campo, necessita sustento (alimento, vestuário, lazer); cuidados médico, odontológico, psíquico, familiar e espiritual. Também irá utilizar de uma série de recursos como literatura, equipamentos audiovisuais e outros que auxiliem no trabalho de evangelização e discipulado. E tudo isso tem um custo financeiro que varia de acordo com o território e país que se atua.
O fator econômico não pode ser desconsiderado porque ele viabiliza (ou não) a dinâmica do trabalho missionário como o envio e a permanência no campo, o trabalho de acolhimento e discipulado, o treinamento dos vocacionados, os esforços de tradução bíblica, a manutenção da equipe de apoio e supervisão, a atenção aos necessitados e tantas outras demandas que surgem.
O trabalho missionário não é solitário. Em certa medida, pode-se afirmar que todos os envolvidos em missões vão ao campo, porque aquele que está na frente de evangelização, possui em sua retaguarda uma equipe que o acompanha. E a efetivação de todo esse processo que é parte do propósito do Senhor Deus em ser conhecido e adorado por todos os povos, implica mais que envolvimento, requer amor, compaixão, comprometimento, responsabilidade e persistência. Não é uma tarefa intermitente; é contínua, dia após dia. Pode haver instantes de estagnação, dificuldades, mas prossegue paulatinamente para o alvo projetado.
Quando observamos o trabalho dos sacerdotes no Antigo Testamento, vemos que, no tabernáculo e/ou no templo, eles possuíam a incumbência de manter o fogo acesso sobre o altar todos os dias (Lv 6.13). Assim, tomando a máxima do “sacerdócio universal de todos os cristãos”, de modo ininterrupto, cada cristão-sacerdote precisa zelar por manter acesa a chama missionária, cumprindo a tarefa que lhe cabe, dada por Jesus na Grande Comissão (Mt 28.18-20).