Mas eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos já prontos para a colheita” – Jo 4.35

De noite, Paulo teve essa visão; nela, em pé, um homem da Macedônia suplicava-lhe: Vem para a Macedônia e ajuda-nos” – At 16.9

Este é o “melhor tempo” para a expansão da Obra Missionária na Europa. Em especial o leste europeu, pois a saída do comunismo descortinou o “amanhecer de um novo dia”, com mais liberdade de expressão, crenças e pensamentos.

As “fortalezas” mais expressivas estão caindo: Poder econômico, Influência, Decepção com a religião dominante e a globalização (os “deuses” estão caindo).

A Europa representa a idéia de UNIDADE e UNIVERSALIDADE (CE, Parlamento Europeu).

Se alcançarmos a Europa, alcançaremos todas as regiões do mundo. Por isso a resistência do inferno é mais intensificada nesta parte do mundo. O Diabo tem convicção daquilo que a Igreja ainda insiste em ignorar, ou se contentar com pequenos esforços.

Diante disto sobra-nos apenas três alternativas: FUGIR, IGNORAR ou OBEDECER (Pv 24.11).

Em Atos 16.6 o Apóstolo Missionário Paulo, desejava ir para a Ásia, Mas em obediência à voz do Espírito Santo, obedeceu a convocação de ir para a Europa (At 16.7; 9,10).

O mundo habitado foi totalmente evangelizado durante os primeiros 100 anos da era cristã, mesmo sem os recursos que hoje podemos ostentar. O que eles possuiam diferentemente de nós?

A Reforma Protestante não alcançou a Península Ibérica (Portugal e Espanha), porque Martinho Lutero e seus seguidores não compreenderam a importância da Obra Missionária.

A Europa não é uma terra estéril; é uma terra de possibilidades, de milagres, portanto uma terra fértil.

A Europa representa hoje exatamente aquilo que representou nos tempos de Paulo: Sociedade desenvolvida, consumo, belezas geográficas, e economia privilegiada. Mas o fator trágico é que estes “ingredientes” tem contribuido para que a Europa se transforme na única grande região do mundo onde o número de cristãos perdeu a perspectiva de crescimento.

As agências e secretarias de missões surgem a partir da “falha” das igrejas no desenvolvimento da obra missionária” – Pr. Ailton Trindade (IMP)

Localização

A Europa encontra-se totalmente no hemisfério norte da Terra, também chamado hemisfério setentrional ou boreal. Somente um dos paralelos mais importantes cruza o continente europeu: trata-se do Círculo Polar Ártico, que passa pelo extremo norte da Islândia, norte da Escandinávia e da Rússia.2

O meridiano inicial (0°) corta a cidade de Londres, onde está instalado o observatório astronômico de Greenwich; daí a denominação Meridiano de Greenwich. Devido a isso, a Europa ocupa terras dos hemisférios oriental e ocidental.2

Suas terras se estendem de 34 graus e 45 minutos a 80 graus de latitude norte, e de 24 graus de longitude oeste a 65 graus de longitude leste. Consequentemente, os países europeus são cortados por vários fusos horários e pertencem a duas zonas climáticas: temperada e polar.2

Os limites do continente europeu são: ao norte, o oceano Glacial Ártico; ao sul, os mares Mediterrâneo e Negro; a oeste, o oceano Atlântico; e a leste, os montes Urais, que constituem a divisa natural entre a Rússia europeia e a Rússia asiática.

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_da_Europa em 04/08/2015)

Estatísticas

A União Europeia é uma parceria económica e política com características únicas, constituída por 28 países europeus, que, em conjunto, abarcam uma grande parte do continente europeu.

A Europa é composta por 46 países independentes (41 continentais e 5 insulares) e mais 10 territórios.

O mundo possui mais de 750 milhões de ateus (Estas cifras representam possibilidades?)

PORTUGAL:

Portugal é um grande desafio missionário.

  1. Portugal integra a Europa pós-cristã e em muito aspectos está relacionado com a janela 10×40.
  2. Portugal tem apenas 1% de cristãos evangélicos.
  3. O tamanho médio das igrejas evangélicas em Portugal é de 55 membros.
  4. Portugal tem 1 igreja evangélica para cada 7313 habitantes. 5. As igrejas portuguesas necessitam de ser revitalizadas pois muitas estão a “morrer” a uma velocidade assustadora. É urgente a elaboração e implantação de um “Plano de Revitalização de Igrejas em Portugal”.
  5. Portugal precisa ter 1 igreja evangélica para cada 3500 habitantes numa primeira fase. É importante lembrar que esta fase idealizada não signifca a saturação plena do país, que está relacionada a 1 igreja para cada 1000 habitantes.
  6. Portugal precisa portanto de mais 1533 igrejas até 2015 nesta primeira fase (saturação nível 3).
  7. Portugal tem 233 localidades consideradas prioritárias para a plantação de novas igrejas.
  8. Portugal é um país não alcançado, e possui 44 Concelhos, 21 sedes de Concelho e mais de 3000 freguesias sem a presença evangélica. (Fonte: Missão global 2015 – Aliança Evangélica portuguesa)

Contexto (Realidade)

– Nações Pós-Cristãs – A Europa já foi um continente expedicionário da Obra Missionária para o resto do mundo, e hoje se encontra em um processo doloroso de “naufrágio”.

– Um continente secularizado, mundano em materialista.O Cristianismo (Catolicismo Romano, Catolicismo Ortodoxo, Protestantismo) está em declínio; Islamismo (Xiita e Sunita) em alta. Hinduísmo, Budismo e Judaísmo os demais. A maior ‘religião’ é o Secularismo.

– Templos à venda por desuso, sendo incorporados por boates, mulçumanos, grandes escritórios, etc…

Desafios (Barreiras)

– A “descristianização” – A igreja “decepcionou” a Europa. A Igreja sobrevive sobre o estigma da “marginalização”.

– Os problemas do liberalismo teológico têm transformado muitas igrejas em meros símbolos de uma arquitetura que insiste em impressionar pela sua exuberância e marcas do tempo ao genuíno ambiente onde o poder e a presença de Deus era atuante e desejado.

– A língua mesmo em países de fala portuguesa ainda é uma barreira a ser superada (Disposição dos verbos nas frases).

– A “frieza”, preconceitos e idéias negativas pré-concebidas no âmbito dos relacionamentos interpessoais, tem sido responsáveis por frustrações muitas vezes irremediáveis.

– O Pluralismo resultante da diversidade étnica e religiosa tem criado enormes entraves para o expansionamento da obra missionária na Europa. Entre as práticas mais prejudiciais estão o NOMINALISMO (por tradição) e o ESOTERISMO.

– O clima. As estações do tempo, em especial o Outono e o Inverno (frequentemente) rigorosos, tem criado uma retração levando um número enorme de pessoas à Depressão e em casos mais graves, ao Suicídio.

– A redução do conceito da ética e da moralidade à um padrão muito reduzido, tem feito aumentar a incidência de suicídios e da violência sob a “instrumentalidade” das drogas, do alcoolismo, do tabagismo. (Exemplo de Antuérpia, Bélgica – Fábrica de Cerveja exibindo o “Slogan” em lingua flamon – “O Diabo dorme aqui”.)

– O auto índice de divórcio, resultante da inversão de valores tem potencializado o lesbianismo, o homossexualismo, a prostituição, e o aborto. Este último, assim como o divórcio recebe até incentivos fiscais.

– A “desconstrução” do modelo bíblico para família também “incentivado” por bônus sociais e fiscais.

– A “instabilidade” das igrejas emergentes formadas por maioria de imigrantes gera endividamentos e falências, trazendo como consequência perdas, abandonos, decepções e dívidas.

– A “islamização” da Europa por processo biológico ou assistencialista, tem contaminado o velho continente de forma silenciosa, porém fatídica. Eles utilizam das “brechas” na legislação ou da intimidação. Já são maioria na Bósnia, estão em amplo crescimento na Albânia e na Macedônia, têm presença forte na França, Rússia e Holanda. (O governo destes países preferem não criar problemas com eles. E no Reino Unido a “ala” mais radical tem despertado o interesse dos jovens).

Estratégias de evangelismo descontextualizadas, desatualizadas, ou com materiais inadequados, criam antipatia ao Evangelho na Europa.

– A perda de identidade em nome da “contextualização” é um dos grandes problemas na implantação de igrejas.

– As igrejas nacionais (que via de regra são numericamente inferiores) não são muito simpáticas à associação com igrejas gerenciadas por imigrantes.

Despreparo ou desinteresse por partes das igrejas no processo do discipulado – (um projeto do governo português, em implantar ensino religioso evangélico nas escolas, enfrentou uma grande dificuldade: Professores capacitados ou interessados em ensinar o Evangelho, mesmo recebendo remunerações.

– Ignorância, descaso e indisposição quanto à construção de relacionamentos com o povo nacional, resultante de ingratidão, de preconceitos, ou de tempo gasto, que normalmente é longo (Algo em torno de 4 a 5 anos)

– A igreja nacional não se mistura com a igreja imigrante, resultante de decepções do passado.

Desconhecimento da legislação vigente por parte dos missionários, agências e igrejas enviadoras.

Equívocos

– A Europa não é um campo missionário. Apenas lugares onde bons programas sociais resolveriam (Países subdesenvolvidos)

– O conceito equivocado de que somos a solução para a Europa sob os auspícios do sentimento de superioridade religiosa. Na verdade não somos a solução; somos a “resposta” de orações. (O testemunho de um Pastor Alemão por ocasião da inauguração da igreja em Bochum: Um grupo de 12 crentes alemães oravam pedindo ao Senhor que não permitisse que o local onde o nome do Senhor era adorado por mais de 150 anos, se tornasse em um investimento imobiliario de prédios).

– Equívoco no “chamado” missionário – Quando o candidato utiliza de uma “pintura espiritual” para tentar resolver conflitos internos ou crises pessoais.

– Candidatos curiosos em viver outras culturas, e conhecer outros lugares. (Turismo, Segurança e qualidade de vida)

– Imaginar que a formação cristã recebida no país natal dá direito de ignorar a história, o pensamento, os hábitos, a formação e contexto do povo europeu.

– O preparo missionário se resume ao candidato para a Europa. (A igreja também precisa ser preparada).

Visão – “Ninguém vai além da visão que possui”. (Obviamente esta regra inclui a igreja)

– O entrave entre a Microvisão religiosa e a Cosmovisão do Evangelho.

– Processo de Reevangelização (É um processo, e não um ato isolado) – A falta de propagação das boas novas [Evangelho] contribui grandemente para o declínio da igreja na Europa.

– O abandono, rejeição ou desconhecimento da oração intercessória.

Preparação

– Teológica – Na Europa nossas convicções teológicas são testadas ao extremo. É um exaustivo trabalho pessoal de hermenêutica.

– Cultural – Alimentação, vestuário (Aquilo que é “pecado” no Brasil, me refiro à costumes, no contexto europeu é algo comum, o que não exime o missionário, a família, e a igreja de primar pela pureza e pela santificação), fala, horários, etc…

– Documental – Documentações não é prioridade secundada no quesito missionário. A falha neste quesito pode colocar grandes projetos no caminho da “bancarrota”.

– Emocional – A pressão por resultados é uma realidade. A visão “empresarial” de sucesso da igreja brasileira (resultados numéricos), pode desestabilizar profundamente o missionário fazendo com que ele se sinta tentado a caminhar pelos extremos (construção de pequenos reinos pessoais – Bairrismo) ou decepção incontornável.

– Espiritual – A prática do jejum, da oração específica, da meditação bíblica. O preparo para lidar com Postestades Malignas, Retaliações malignas, com o Desânimo, com a Angústia (mesmo não estando passando por dívidas, ou problemas familiares)

Expectativa – (Jr 1.10-12 – A amendoeira floresce ao final do inverno, quando aparentemente tudo está seco (morto)

É construída a partir da compreensão da necessidade da Europa ser salva. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.14,15).

– Não é suficiente sentir bem, é preciso ser salvo.

– A Europa clama por socorro: “Passa a Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9)

– Este “pedido de socorro” não terminou no capítulo 28 de Atos. A “expectativa divina” é que escrevamos os capítulos 29, 30, 31, 32, etc…

– Paulo ouviu o pedido e não titubeou, atendeu o chamado – (At 16.10 – “E quando ele teve essa visão, logo procuramos partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o Evangelho”.

– Chamada missionária não é um sentimento, é uma compreensão, que exteriormente se manifesta em obediência irrestrita à vontade de Deus.

– A Europa não é uma sugestão pessoal é uma determinação divina: […]Até os confins da terra (At 1.8). Por certo a ordem de Jesus para pregarmos o Evangelho pelo mundo inteiro (Mt 24.14) não excluiu a Europa.

– O melhor lugar para vivermos não é a América, a Africa, o Brasil ou a Europa. O melhor lugar é o céu. E a nós cabe a responsabilidade em povoá-lo.

 

Texto: Pastor Cézar Carrijo

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Casado com Gláucia Carrijo, 03 filhos: Cézar Junior, Ludmylla e Phyllip Cézar (In memomrian), pastor auxiliar na Igreja Assembleia de Deus Ministério Missão aos Povos em Uberlândia (MG). Bacharel em Teologia, serviu por 4,5 anos como missionário, Semap/Senami na Europa.

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