Entre muitos os distintivos teológico do Movimento de Lausanne a afirmação da cultura humana é uma delas. Embora todas as culturas revelem provas do poder do pecado, é também verdade que todas são “ricas em beleza e bondade”. O Movimento de Lausanne afirma que Deus é a fonte e o sustentador da cultura nas suas expressões física e social. O relacionamento é algo inerente a Deus em virtude da sua realidade trina, e por isso os relacionamentos humanos, providenciados por ele no momento da criação, refletem a sua presença nesta mesma criação. Uma das afirmações distintivas de Lausanne é a da convicção cristã de que Deus ultrapassa todas as culturas humanas e, ainda assim, escolheu revelar-se dentro dos limites e particularidades que estas possuem. Deus decidiu revelar-se no contexto das culturas humanas e, portanto, devemos resistir a atitudes que pressupõem a superioridade de uma cultura sobre outra. O Evangelho tem o poder de inspirar cada cultura e todas as realidades presentes na Nova Criação podem ser manifestadas nas singularidades completas e multifacetadas de cada cultura.
A igreja tem um longo historial de contextualização da mensagem do Evangelho para que as suas verdades imutáveis possam ser compreendidas e aceites. O jazigo histórico do Evangelho não muda, porém, a contextualização reconhece a necessidade de “traduzir” a mensagem para formas que tenham “significado e sejam aplicáveis aos povos no seu contexto cultural particular, de modo a comunicar a mensagem e o impacto original do Evangelho”. O compromisso com uma contextualização adequada evita que o Evangelho seja comunicado através de uma lente monocultural e seja indevidamente separado da história. As verdades do Evangelho são imutáveis e não é a cultura que as determina. Todavia, elas não podem ser experimentadas, celebradas ou comunicadas sem estarem integradas na cultura. Toda a comunicação do Evangelho, incluindo o Novo Testamento, é um evento contextual. Mesmo uma afirmação tão simples como “Jesus é Senhor” tem de ser comunicada num idioma específico e num particular contexto cultural. A contextualização assegura, portanto, que as dimensões objetiva e subjetiva da revelação não seguem caminhos divergentes.
Fonte: site do Movimento Lausanne
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