Quatro pontos de vista: Gregory Koukl, Samuel Kunhiyop, Sharon Mumper, Marvin Wilson.
Pelo bem da Justiça
Gregory Koukl
A palavra “suborno” é feia, trazendo a palavra mal em sua definição. Para muitos, os subornos são sinônimo de desonestidade, fraude e corrupção. Seriam todos os presentes, destinados a obter favores especiais, realmente imorais?
Se os subornos são imorais por definição, então a questão está resolvida. Êxodo 23.08 parece inequívoco: “Não tomarás suborno, porque o suborno cega a lucidez e subverte a causa dos justos”. Deuteronômio 27.25 ecoa, “Maldito aquele que aceita suborno para matar uma pessoa inocente.” No entanto, alguns versículos parecem elogiar os subornos. Provérbios 17.08 diz: “Pedra preciosa é o presente aos olhos dos que o recebem; para onde quer que se volte, servirá de proveito.” Ou considere 21.14, “Dê um presente em segredo a quem estiver zangado com você, e a raiva dele acabará”- uma banalidade com a qual todo cônjuge está familiarizado.
Como resolver a aparente contradição? A névoa se desfaz consideravelmente quando observamos duas importantes informações. Em primeiro lugar, praticamente cada palavra hebraica traduzida como suborno também pode ser legitimamente traduzida como presente, oferta, ou contribuição – e costuma ser. Claramente, a Escritura ensina que os presentes (“subornos”), dados de forma correta, podem criar oportunidades ou aplacar a raiva e aliviar o conflito.
Mas há também um lado obscuro. Provérbios diz: “O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça.” (17.23); “O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de subornos a transtorna.” (29.4); e “O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá.” (15.27).
Você notou alguma coisa sobre cada versículo acima condenando a corrupção? O problema não era o presente dado como um meio de influência (“propina”, se preferir), mas a perversão da justiça pretendida pelo presente.
A Bíblia condena consistentemente os presentes que subvertem a justiça. Ezequiel denuncia os “presentes que se receberam para se derramar sangue;” (22.12). O salmista louva o homem justo que não “aceita suborno contra o inocente” (15.5). Mesmo que não resulte em nenhuma injustiça imediata, o presente para obter vantagem pode facilmente marginalizar o pobre, uma vez que eles não podem competir com os ricos quando o assunto envolve favores.
Mesmo assim, há casos em que os subornos podem parecer necessários, apesar de seu caráter maligno. Nós enfrentamos dilemas que exigem ações consideradas erradas em outras circunstâncias.
Pense no seguinte: Você é parado enquanto dirige em um país estrangeiro e não pode prosseguir a menos que dê um “presente” a autoridade local. Ou o seu trabalho missionário fica impedido até que algum tipo de “consideração” seja feita para os responsáveis (isso aconteceu comigo). E agora? Claramente, a demanda não parece justa, mas a alternativa certamente é pior.
Em alguns países, “o presente que o homem faz alarga-lhe o caminho e leva-o perante os grandes” (Provérbios. 18.16); os subornos são necessários para a cultura funcionar, apesar de sua influência corruptiva. Os pagamentos são quase como uma taxa municipal. Essa é a verdade: O suborno para perverter a justiça é proibido. Subornos para “abrir caminho” para uma oportunidade pode ser inevitável. Presentear sem qualquer resultado injusto muitas vezes pode ser inteligente.
Fonte: Christianitytoday.com
Gregory Koukl, autor de Tactics: A Game Plan for Discussing Your Christian Convictions (str.org), é presidente do Stand to Reason, que treina cristãos para pensarem de forma cativante e inteligente.
Apenas Involuntariamente
Samuel Kunhiyop