Os cristãos na região oriental de Donbass passaram a enfrentar uma crescente pressão em 2014, após uma revolta apoiada pela Rússia nas províncias de Donetsk e Luhansk. Nessas regiões foram estabelecidas repúblicas autoproclamadas independentes.
Donbass foi apontada, pela Aliança Evangélica da Europa em novembro de 2021, como a região onde a igreja protestante é mais vulnerável no território europeu. A Portas Abertas afirma que isso aconteceu, “porque as autoridades das autoproclamadas repúblicas independentes de Donetsk e Luhansk impuseram regras exigindo que organizações religiosas solicitassem registro para funcionamento. O cumprimento dessa regra acabou sendo extremamente difícil para as igrejas que não são alinhadas com a Igreja Ortodoxa de Moscou”, explicou a organização.
Em junho, as autoridades da autodeclarada República Popular de Donetsk proibiram três igrejas protestantes de realizar atividades, e outras tiveram seus edifícios fechados. No mês de agosto, um tribunal na República Popular de Luhansk incluiu em uma lista de literatura extremista, livros de Charles Spurgeon e Billy Graham, e de literatura cristã. Tanto Donetsk, quanto Luhansk, não são oficialmente reconhecidas como repúblicas pela comunidade internacional, exceto pela Rússia. As duas também não estão vinculadas às leis internacionais de direitos humanos.
Em 2019, ambas repúblicas começaram a exigir que as igrejas solicitassem registro. Porém, uma lista com 195 organizações religiosas registradas pelas autoridades de Luhansk mostrou que nenhuma permissão foi concedida a comunidades protestantes.
De acordo com um analista de perseguição da Portas Abertas, a obrigação de se registrar junto às autoridades está sendo usada para tornar ilegais certas atividades cristãs, como no período da União Soviética. Ele contou que nessas regiões a falta de registro significa não ter acesso a gás, eletricidade ou água, tornando as atividades da igreja praticamente impossíveis. Ele acredita que a situação continuará difícil para as igrejas protestantes em Donbass.
Mesmo antes da invasão russa à Ucrânia, a guerra entre participantes de movimentos separatistas apoiados pela Rússia e o governo em Kiev contribuiu para que milhares de pessoas fugissem de suas casas e pelo menos 14 mil pessoas perdessem a vida ao longo dos últimos sete anos, gerando uma crise humanitária.
Em fevereiro, o serviço de segurança da Rússia invadiu uma igreja em Kerch, na Crimeia, região no Sudeste da Ucrânia que está sob controle russo. Além disso, pelo menos dez cristãos protestantes na Crimeia receberam multas por exercerem a fé em 2021.
Material Produzido com informações Portas Abertas. Fonte: Disponível em CPAD News.