O evangelista João nos conta que Jesus e seus discípulos participaram de uma festa de casamento em Caná e nessa ocasião o vinho, que era um item importante num evento como aquele, acabou. Maria, sua mãe, também estava presente e comunicou o ocorrido a Jesus. Em seguida, ela “disse aos serventes: fazei tudo quanto ele vos disser” (Jo 2.5).
Jesus recomendou que enchessem as talhas (potes que cabiam cerca de 100 litros) com água e, em seguida, levassem ao mestre de cerimônia que, tomando, reconheceu ser um excelente vinho. Era o início dos sinais miraculosos de Jesus.
Além de reconhecer o poder e soberania de Jesus, desejamos destacar o papel daquela que, desde a concepção, sabia quem Jesus era. Quando o anjo visitou Maria e lhe disse que geraria o salvador, ela creu: “eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38).
No texto bíblico, percebemos que, ao longo de sua vida, ela estava cônscia da missão salvífica de seu filho Jesus. Por isto, quando percebeu que na festa havia um problema, ela não hesitou e se dirigiu aos serventes, na certeza de que Jesus resolveria porque como lhe fora prometido “este será grande e será chamado filho do Altíssimo” (Lc 1.31).
Essa narrativa é inspiradora e nela podemos perceber uma alegoria missionária. Estamos preparando uma festa nupcial, Cristo e sua igreja. Porém, há muitos que ainda não foram convidados. Na verdade, nem sabem que haverá uma festa, a maior de todas as eras.
Ouçamos a ordem de Maria aos serventes: “fazei tudo quanto ele vos disser”. Nós, cristãos, somos esses serventes e a ordem dada pelo Mestre foi: “¹ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
Há mais de sete bilhões de habitantes no pequeno planeta do Sistema Solar. Dos bilhões de homens e mulheres que vivem na terra, cerca um terço nunca ouviu falar de Jesus, o noivo amoroso, senhor e salvador. E como serventes, é nossa tarefa levar o convite a todos os povos para que possam participar da festa de casamento mais aguardada de todos os tempos.
Recebido um convite para cerimônia de casamento, geralmente, os convidados iniciam vários preparativos, em uma efusiva expectativa da data de realização. Afinal, para uma festa, os convidados sabem que irão encontrar amigos, conhecer novas pessoas, desfrutar de instantes de comunhão, formar lembranças e memórias, degustar iguarias, enfim, alegrar-se.
E para tanto, os convidados se preparam para o evento, compram presentes, vestem suas melhores roupas, preocupam-se com a aparência estética para que no grande dia, apresentem-se bem vestidos, vistosos e alegres para o momento único dos noivos.
A boda celestial está marcada e o noivo aguarda por receber sua noiva e iniciar os festejos (Ap 19.7-9). E nesse processo de espera para o início das bodas é preciso que os serventes trabalhem com esmero para que o maior número possível de convidados possa comparecer (Ap 7.9).
E ousamos conjecturar que Maria estará presente, feliz porque achou graça diante de Deus, creu e viu a promessa da redenção se cumprir. Assim como Maria, somos agraciados do privilégio de participar da missão de Deus e como serventes, estejamos prontos a obedecer e ir (perto ou longe), anunciando a salvação que há em Cristo Jesus.
Colunista: Sandra Mara Dantas