Parte 2

1. O desafio do Evangelizador: o caráter vai além da habilidade.

Neste processo de plantio de igrejas é preciso haver um equilíbrio entre a capacitação e o caráter. Conheço alguns PhDs em teologia que atuam como missionários ao redor do mundo os quais, tenho a impressão, não passaram por uma real e pessoal experiência com Deus.

Por outro lado conheço missionários cheios de Deus e apaixonados por Jesus os quais não tiveram uma oportunidade de preparo que pudesse maximizar seus dons e habilidades, e pagam por vezes um alto preço devido a isto.

Precisamos entender que a caráter do mensageiro não define a comunicação da mensagem mas facilita a sua compreensão.
Após três anos entre os Konkombas, quando a Igreja crescia rapidamente e o Evangelho alcançava lugares remotos perguntei aos líderes locais certa vez sobre a razão, principal, que colaborava para a nossa boa comunicação mencionando três opções:

a) Habilidade de falar no dialeto local e ser entendido com facilidade;
b) Entendimento da cultura, costumes e forma de vida Konkomba;
c) Envolvimento pessoal com a sociedade tribal, sendo aceito e aceitando-a.

Eles então responderam: “O ponto mais importante para nosso povo parar para ouvi-lo é porque você sempre sorri quando nos vê, parando para nos cumprimentar e sempre alegre em nos escutar”. Naquele dia eu escrevi em meu diário: “caráter é mais importante que habilidade”.

William Davis tentando fazer-nos diferenciar entre a ilusão do palco e a realidade da vida compara caráter e reputação quando diz: “As circunstâncias nas quais você vive determinam sua reputação; A verdade na qual você crê determina o seu caráter; Reputação é o que pensam a seu respeito; Caráter é aquilo que você é;
Reputação é a fotografia; Caráter é a face;
Reputação fará de você rico ou pobre; Caráter fará de você feliz ou infeliz;
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito no dia do seu funeral; Caráter é o que os anjos falam de você perante o trono de Deus”.

Perante o grande desafio que ainda temos perante nós ao redor do mundo creio que missiólogos nos mostrarão o caminho mas apenas homens cheios do Espírito Santo alcançarão a terra.

2. A comunicação do Evangelho:

Modelos e estratégias Gostaria de gastar algum tempo neste último pontos onde falaremos sobre estratégias para plantio de igrejas. Obviamente há fatores distintos em épocas e contextos diferentes mas nossa proposta hoje será analisar valores bíblicos que marquem grandes e visíveis movimentos de plantio de igrejas no mundo atual.
Analisando os escritos de David Garrison, as pesquisas mais recentes da World Mission e o banco de dados da WEC International além de contribuições pessoais de missiólogos como Patrick Johnstone, David Barrett, Bruce Carlton, J. Johnson e David Watson há possivelmente no mundo hoje mais de 200 grandes movimentos de plantio de igrejas em pleno andamento. Alguns deles são:

– Movimento de plantio de igrejas entre os Khmer no Cambodja onde 3.3 milhões de pessoas foram mortas no regime autoritário de Pol Pot’s entre 1975-1979. Vários cristãos também foram mortos e em 1985 não havia mais do que 450 evangélicos entre o povo Khmer. A partir de 1999 o número de evangélicos cresceu de 600 para mais de 60.000 divididos em 700 igrejas. Hoje registram-se mais de 100.000 evangélicos e mais de 800 templos registrados.

– Movimentos de plantio de igrejas na cidade de Kanah na China onde um rápido crescimento evangélico mudou o cenário de 3 igrejas reconhecidas pelo Estado para 57 novas igrejas dentro de dois anos. Em novembro de 1997 contabilizou-se mais de 450 em três províncias e mais de 18.000 pessoas entregaram-se ao Senhor Jesus. Hoje Kanah é uma das mais influentes regiões cristãs na China com mais de 500 igrejas reconhecidas. – Movimento de plantio de igrejas entr os Kekchi na Guatemala onde este grupo com cerca de 400.000 pessoas vivendo na região de Alta Verapaz foi impactada pelo evangelho.Entre 1993 e 1997 mais de 20.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e 245 congregações nasceram. Entre 1997 e 2000 outras 10.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e há entre eles hoje mais de 500 igrejas registradas.

– Movimento de plantio de igrejas entre os Kui na Índia, um grupo com 1.7 milhões de habitantes na região de Orissa, estado na costa leste da Índia. Os primeiros convertidos vieram para Cristo em 1914 com missionários ingleses. Nos anos 20 algumas poucas igrejas nasceram. A partir de 1988 mais de 100 igrejas nasceram, especialmente ligadas a missionários da Southern Baptist Mission. Entre 1988 e 1991 as igrejas aumentaram para mais de 200. Entretanto entre 1993 e 1997 houve um crescimento ainda maior e mais de 900 igrejas foram registradas entre os Kui com cerca de 80.000 convertidos.

– Movimento de plantio de igrejas entre os Giriama no Kenya onde, em 1970, 90% eram animistas. O movimento missionário teve inicio em 1974 e em 1981 um rápido e impactante crescimento de igreja tomou conta dos Giriama. Em três anos foram registradas o plantio de 180 igrejas após 5 anos se preparação e treinamento de obreiros leigos. A cada ano, desde 1993, registram-se o nascimento de, em média, 28 novas igrejas entre os Giriama e províncias ao redor.

– Movimento de plantio de igrejas no campo de refugiados na Europa, divisa com a Bulgária. Em 1995 um casal missionário começou ali um trabalho através do filme Jesus. Era um campo de refugiados onde pessoas do oeste europeu misturavam-se com pessoas da China, Sudão, Congo, Camarões e Angola. Em 1998 o casal missionário já contabilizava cerca de 15 pequenas igrejas de reuniões e até 1999 outras 30 novas igrejas nasceram. Hoje são mais de 60 pequenas igrejas, todas autóctones.

– Movimento de plantio de igrejas entre os Mizo na Índia com uma população de 686.000 pessoas. O evangelho chegou entre eles em 1894 através de missionários britânicos. Em 1900 contavam com 120 cristãos. Resultado do avivamento no país de Gales em 1904, um número expressivo de missionários foi enviado para os Mizo na Índia. Somente a partir dos anos 50, entretanto, os resultados passaram a ser mais visíveis e conversões em massa eram notificadas. Hoje 85% de todos os Mizo na Índia consideram-se cristãos. – Movimento de plantio de igrejas na Etiópia, África, país com mais de 60 milhões de habitantes. Até 1994 não havia mais do que 1% de evangélicos no país. Entre 1994 e 1999 Great Harvest os Souls Mission registrou a conversão de cerca de 10 milhões de pessoas em todo o país. Hoje, 16% da população considera-se cristã. Great Harvest mencionou o estudo de caso de uma congregação a qual, entre 1995 e 1997 cresceu de 2.500 para 25.000 pessoas.

Texto originalmente publicado em ronaldo.lidorio.com.br

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