1ª Parte – Quem é o missionário?
- É alguém a quem Deus vocacionou e que se dispôs a obedecer (Mt 28:18- 20 e Is 6:8);
- É alguém que mesmo em face a muitas impossibilidades não fica temeroso, mas as enfrenta II Tm 1:7;
- É alguém passível dos mesmos problemas que qualquer um: desânimo, depressão, doença, dificuldades financeiras, dificuldades de relacionamento, dúvidas, temores, cansaço, stress;
- É alguém que almeja para sua vida e de sua família o mesmo que qualquer pessoa: segurança, estabilidade, necessidades básicas supridas, descanso, tranquilidade com as finanças, assistência médica, escola para os filhos, cultivo de amizades sinceras, etc.
E quem ele não é?
- Não é seu empregado;
- Não é um aventureiro;
- Não é mais crente que você (e nem menos).
Há missionários veteranos, outros recém-chegados ao campo, outros que estão em fase de preparação para sua saída. Cada um deles é um ser único, que traz sobre si características únicas, mas que têm algo em comum: o forte desejo de cumprir a vontade de Deus para suas vidas.
É claro que em todo esse “universo individual” que é a pessoa de cada missionário, há uma singularidade de elementos que o caracteriza:
- Um fala muito bem em público; outro, nem tanto;
- Um escreve muitas e boas cartas; outro, nem tanto;
- Um enfrenta muitos problemas de saúde consigo mesmo ou com a família; outro não;
- Um tem facilidade para levantar e manter o sustento financeiro; outro não;
- Um encontra boa receptividade no campo, recebe apoio local e vê frutos surgirem em um breve tempo; outro, pelo contrário, é mal recebido, perseguido e, às vezes, passam-se anos antes que veja uma primeira conversão;
- Um é extrovertido; outro, tímido;
- Um tem muita facilidade para aprender um novo idioma; outro não;
- Um recebe apoio, amor e retaguarda por parte de sua igreja-mãe e família; outro é mal compreendido, massacrado e passa a ser difamado;
- Um tem bastante resistência emocional; outro não;
- Um é um ótimo administrador; outro sofre por sua desorganização;
- Um sabe trabalhar muito bem em equipe; outro, nem tanto;
- Um tem preparo acadêmico; outro não;
- Um é solteiro; outro, casado;
- Um tem filhos pequenos; outro, adolescentes; outro já tem filhos adultos;
- Um sabe escrever livros; outro, tocar violão ou piano;
- Um é excelente pregador; outro, ótimo conselheiro e discipulador.
Enfim, não se pode “colocar” todos os missionários que você conhece num “pacote” e ter a pretensão de achar que “é tudo a mesma coisa”. Cada um é um universo que deve percebido e tratado de maneira diferenciada.
2ª Parte – O que o missionário espera de você?
Primeiramente, é necessário compreender as conotações desse “você”. Pode se ler um “você” individual, ou um “você” coletivo (a igreja). Façamos uma fusão desses dois pólos, apoiados na premissa de que o “você” (individual) é parte de um “você” maior (a igreja). O missionário, então, espera de você:
- Ser preparado (At 18:11; At 19:9,10);
- Ser enviado (At 13:1-3);
- Ser acolhido (III Jo 8);
- Ser sustentado em oração (II Co 1:11; Rm 15:30; Cl 4:2-4);
- Ser sustentado financeiramente (Lc 8:1-3; Fp 4:10-19; I Co 9:13,14);
- Ser compreendido e pastoreado nas horas difíceis (Fp 1:3-5; At 15:24,25);
- Ser amado (III Jo 6).
E ainda:
- Ser avaliado;
- Ser supervisionado;
- Receber notícias e palavras de encorajamento;
- Que seus informativos sejam lidos;
- Ter um lugar aprazível para quando estiver de férias;
- Receber tratamento médico e dentário dignos;
- Ter um plano de aposentadoria;
- Receber uma surpresa em datas especiais (aniversário, natal, etc.).
E o que ele não espera:
- Receber cobranças constantes do tipo “quantas almas já se converteram?” ou ”quantos batismos você já fez?”
- Receber um comunicado de que seu sustento será cortado;
- Saber que a Igreja “tal” avisou à sua Agência que cortará o seu sustento enquanto você estiver no Brasil;
- Receber uma sacola com roupas desbotadas e descosturadas;
- Que tenham pena dele (pobrezinho… sofre tanto!).
Em suma, o missionário deseja e necessita estabelecer com você um RELACIONAMENTO de bases sólidas, bíblicas e permanentes.
Há implicações de alto teor espiritual em todo o processo de envio e manutenção de um missionário no campo. Não é só fazer um belo culto de envio, com lágrimas e mãos estendidas. Se após alguns meses, ninguém mais se lembra, nem ora, nem traz sua oferta, nem escreve ou grava uma mensagem, ou um e-mail, ou qualquer que seja a manifestação de apreço, para que o missionário saiba que continua sendo amado e apoiado, qual será o futuro desse ministério? Sempre é bom lembrar que o compromisso estabelecido um dia não foi simplesmente com “o missionário”, mas, antes, com o próprio Deus que nos amou tanto, a ponto de enviar Seu Filho Amado a este mundo para ser o primeiro de todos os missionários.
Colunista: Mônica de Mesquita