De acordo com o Relatório da Perseguição aos Cristãos, lançado recentemente pelo Catholic Secular Forum (CSF), baseado em Mumbai, na Índia, cerca de 300 líderes cristãos foram alvejados em incidentes de violência em todo o país, no ano passado. Pelo menos cinco cristãos, incluindo uma criança de 11 anos de idade, foram mortos e cerca de sete mil foram vítimas de perseguição em 2014.
Em outubro do ano passado, fundamentalistas hindus atacaram doze aldeias cristãs no estado de Chhattisgarh. Só no início do ano, 50 aldeias no mesmo distrito aprovaram resoluções que proíbem cerimônias religiosas não hindus. Por conta dessas ações e outras atrocidades que o relatório aponta Chhattisgarh como o pior lugar da Índia para os cristãos viverem.
“Há uma campanha de ódio acontecendo contra as minorias do país,” afirmou Michael Saldanha, da CSF à UCA News. Para ele o governo deve assegurar que os cristãos na Índia estejam a salvo de ataques e perseguições. Contudo, a realidade é que os números das perseguições podem ser ainda maiores do que os registrados no relatório, uma vez que a perseguição muitas vezes não é registrada porque as vítimas têm medo de denunciar e sofrer retaliações.
Para Samuel Jaykumar, do Conselho Nacional de Igrejas na Índia, a letargia do governo na investigação de alegações de perseguição é um problema que persiste há anos. “Incidentes de perseguição trazidos à tona são perturbadores, mas nós temos que enfrentar a realidade de que esta tendência vai continuar devido à inação do governo contra os agressores”, disse ele à UCA News. E acrescentou: “Os cristãos no país vivem com uma sensação de medo desde que o partido BJP assumiu o governo”.
Organizadores do relatório da CSF buscou o apoio do primeiro-ministro Narendra Modi para tomar medidas firmes contra o fundamentalismo e para prevenir atos de perseguição contra a comunidade cristã. No entanto, Modi é visto pelas minorias religiosas como um nacionalista hindu que ficou em silêncio sobre a questão desde que tomou posse no ano passado.