OPEN Brasil visa treinar, mobilizar e facilitar o trabalho com BAM em povos não alcançados
Já pensou em usar sua profissão para o Reino de Deus? Ou na possibilidade de empreender e fazer negócios que ao mesmo tempo levem Jesus aos povos menos alcançados do mundo?
Essa é a proposta da OPEN Brasil, recém-chegada no país, a qual visa mobilizar, treinar e orientar na área de BAM – Business as Mission, ou Negócios como Missões em português em povos não alcançados. (Escrevemos artigos explicando esse conceito, clique aqui para saber mais). O Brasil recebe primeiro escritório da organização fora dos Estados Unidos (www.openbrasil.net.br)
A OPEN assessora indivíduos e igrejas que desejam se envolver transculturalmente com os negócios visando estabelecer comunidades do Reino em povos menos alcançados.
O Radar Missionário entrevistou Sérgio Kazuo, líder da OPEN no Brasil. Sérgio tem 34 anos, é formado em Administração pela FGV, mestrado em desenvolvimento de novos negócios pela GGSB-França. Possui tem 12 anos de experiência profissional em consultoria, em multinacionais nas áreas de estratégia e novos negócios.
RM: Qual a atuação da OPEN hoje no mundo?
Sérgio: A OPEN possui duas vertentes no mundo. A primeira é uma rede de mais de 200 empresas BAM e mais de 800 membros cadastrados trabalhando exclusivamente em povos não alcançados – principalmente na janela 10/40. A segunda é a frente de mobilização, denominada OPEN USA que mobiliza os americanos para que possam servir dentro dessas empresas da rede OPEN com a intencionalidade de fazer Cristo conhecido no ambiente de trabalho.
RM: Como surgiu a ideia de trazer a OPEN USA para o Brasil?
Sérgio: Conheci a visão de BAM há 5 anos, quando o Patrick Lai, PhD, autor e referência mundial no tema e líder global da OPEN, veio ao Brasil pela primeira vez falar sobre negócios em missões. Eu já me envolvia com missões de curto prazo, ajudando missionários no departamento de missões, mas esse encontro me deu uma nova perspectiva, afinal unia as duas coisas que mais amava: servir a Deus em missões e fazer negócios. Pude entender que não existia essa dicotomia. De lá para cá comecei a aprender mais sobre BAM, a dar palestras e mobilizar em torno desse assunto. Mas eu notava que a gente fazia eventos, falava em igrejas e mobilizava, mas carecíamos de uma forma clara para ajudar as pessoas interessadas em fazer BAM. Foi quando surgiu o convite para criar a OPEN Brasil para assessorar essas pessoas a terem uma organização que pudesse orientá-los e assessorar suas igrejas a cumprirem o chamado de Deus de levar o Evangelho do Reino em regiões menos alcançadas.
RM: E qual a visão de vocês para o Brasil?
Sérgio: Queremos ver o Brasil tendo uma presença relevante no seguimento de Business as Mission, com empresas brasileiras, lideradas por brasileiros, com uma rede profissionais e empreendedores brasileiros trabalhando com intencionalidade de fazer a luz de Cristo brilhar nas regiões menos alcançadas do mundo.
RM: E por que o Brasil foi escolhido para ter o primeiro escritório fora dos Estados Unidos?
Sérgio: Para te falar a verdade, eu pensava que a gente enquanto brasileiro já começava na desvantagem: nem todos têm fluência no inglês, temos menos educação que o povo de países desenvolvidos, nosso câmbio é muito desvalorizado, etc. No entanto um dia Patrick Lai me disse: “Nós americanos não conseguimos ir em certos países, mas vocês podem assumir um papel relevante em lugares onde não conseguimos entrar”.
Somos favorecidos a fazer BAM em povos não alcançados também porque quando brasileiro abre negócio no exterior não existe uma visão de ‘colonialismo’ para com os locais, mas uma relação mais igualitária. Além disso, o fato de estarmos acostumados a viver em um contexto desordenado, onde gastamos muitas horas no trânsito, muitas vezes horas dentro de um ônibus lotado, que passa por uma via esburacada. Mas é exatamente por viver nesse caos que somos mais adaptáveis aos contextos imperfeitos das regiões de povos não alcançados. Tais dificuldades encontradas no Brasil nos torna mais criativos ao encontro de soluções, o que favorece ao desenvolvimento de uma cultura empreendedora.
Por isso a OPEN acredita que o Brasil pode assumir um papel muito estratégico na propagação do Evangelho do Reino a todos os povos. E porque não através de negócios?
RM: Quais são os primeiros passos para uma pessoa que deseja se envolver em missões por meio de negócios?
Sérgio: Diferentemente do que muitas pessoas pensam, não estimulamos para que sejam desenvolvidos empreendimentos em contexto transcultural de imediato.
Trabalhar em um contexto transcultural exige muita cautela. Pois, não é porque a pessoa é bem-sucedida aqui, que conseguirá ser bem-sucedida transculturalmente. Existem muitas particularidades que precisam ser levadas em conta. A mais importante delas é compreender como ser relevante no nome de Jesus no ambiente de trabalho transcultural. A pessoa precisa ter a mentalidade correta para ser bem-sucedida tanto profissionalmente quanto espiritualmente. Por isso, recomendamos que andem com outro praticante de BAM mais experiente no campo, primeiro, assim como os discípulos de Cristo fizeram, para que possam aprender a lidar com toda a complexidade dos negócios em um outro país, e principalmente a como podem impactar vidas no nome de Jesus.
Nesse sentido, a OPEN Brasil possui um grande diferencial que é uma rede mentores praticantes especializados no tema, além de poder conectar os interessados a mais de 200 empresas BAM espalhadas em mais de 40 países em povos não alcançados, que trabalham com os mais diversos tipos de indústria que vão desde empresas de manufatura, de TI, de turismo, academias, consultorias de negócios, escolas, cafeterias, empresas de agronomia, etc. Essa variedade de empresas e países, nos ajuda a encontrar o perfil de projeto que mais se encaixa ao perfil profissional das pessoas interessadas. Dessa forma, elas podem ser discipuladas diretamente do campo, pelos outros praticantes até que tenham maturidade espiritual, emocional e profissional suficientes para que possam partir para os seus próprios projetos ou continuar nas empresas que estavam trabalhando.
Para isso, possuímos programas de curto e médio prazo de trabalho em uma dessas empresas BAM da nossa rede que podem auxiliar as pessoas interessadas a cumprirem o propósito de Deus em suas vidas no longo prazo.
É importante ressaltar que as pessoas podem servir nas empresas da rede OPEN mesmo sem ter o perfil empreendedor, que abre uma empresa. Existem oportunidades para todo tipo de profissional na rede OPEN, uma vez que para uma empresa ser bem-sucedida, não basta ter o empreendedor, mas todos que o cercam, financeiros, marqueteiros, engenheiros, arquitetos, psicólogos, cientistas, químicos, professores, educadores físicos, por aí vai.
Para iniciar a jornada conosco, basta nos procurar para que a gente inicie o nosso trabalho de assessoria juntamente com sua igreja para desenhar todo esse processo para a sua jornada.
RM: E o que você espera da OPEN Brasil daqui para frente?
Sérgio: Há algumas décadas, Deus levantou uma primeira onda de missionários que começou a desenvolver negócios no campo mais como uma forma de permanecer no campo, uma vez que as portas estavam se fechando para outros tipos de vistos.
Esse pioneirismo foi muito importante, mas agora acredito que estamos em uma nova onda de missionários com formação profissional, experiência no mercado de trabalho, domínio do inglês, que podem levar o movimento BAM a um patamar jamais imaginado, impulsionando as iniciativas já estabelecidas no campo e, inspirados nelas, desenvolvendo suas próprias empresas visando a expansão do global do Reino.
No Brasil vivemos uma explosão de uma geração que quer servir a Deus não somente dentro dos muros da igreja, mas fora. Querem viver uma vida com propósito, usar o que aprendeu na faculdade com um objetivo específico, mas ainda não sabem como podem fazer.
Eu acredito que a OPEN Brasil pode ajudar muito o movimento missionário brasileiro sendo uma opção para que a igreja brasileira possa cumprir essa grande missão que Jesus Cristo nos deixou, através dos profissionais que queiram usar as suas profissões em empresas BAM em povos não alcançados.
Temos essa certeza no coração, Mateus 24:14 que o evangelho do Reino será pregado em todas as nações e então virá o fim. O Reino de Deus irá chegar em sua plenitude quando Cristo voltar e essa missão foi dada a nós, a igreja mundial e o Brasil pode fazer parte disso através dos negócios. E não faltam condições para que isso aconteça. Agora é arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Para se envolver ou saber mais sobre a OPEN Brasil entre em contato contato@openbrasil.net.br
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Muito interessante esse projeto. Com certeza, desejo saber mais e quem sabe, fazer parte.
Obrigada por nos contatar, entre em contato com Bam Global e saberás como se envolver melhor nesse ministério – http://bamglobal.org/
Esse tema é apaixonante. Estive no CBM e participei de todas as plenárias e workshops possíveis. De lá fui para o CEM em Viçosa 4 meses após o CBM para o Alargando as Tendas. Quero muito poder ter uma experiência de servir em curto ou médio prazo numa empresa missional para ganhar experiência.
Poder investir tempo e dinheiro na visão que Deus coloca em nosso coração é diligencia.
Com certeza no tempo certo, o Senhor ira utilizar tudo que vc tem aprendido para louvor do Seu nome.
Obrigada por compartilhar conosco sua experiência.
Continue nos seguindo