“A adoração é fundamental, não as missões, porque Deus é essencial, não o homem. […] [As missões] são uma necessidade temporária. A adoração, porém, permanence para sempre.” (p.15, John Piper)
O mais importante em nosso viver nessa terra tem de ser isso, adora-Lo. Adora-Lo enquanto estudo, enquanto trabalho, enquanto converso com alguém; adora-Lo no modo de pensar e olhar… porque Ele sim, é digno de todo louvor e adoração. Diante disso, todo fazer é servir a Cristo, se tornam apenas resultado na prática diária de quem tem um coração adorador, e aí sim, nosso serviço pode vir a se tornar um aroma agradavel á Ele.
Depois de praticamente uma vida me preparando junto com minha família (pais e irmãos) para servir á Cristo entre outros povos e culturas, praticando e servindoem toda oportunidade, vejo claramente a mão de Deus sobre todo esse caminhar até ao dia de hoje (o que no início não era nem um pouco claro). Desde ainda bem nova, talvez meus 16 anos, aprendi e entendi que a melhor forma de fazer Cristo conhecido era por meio da minha vida, isto inclui tudo o que faço (trabalho, estudos, relacionamentos e etc, todo dia e todo momento). Essa forma de pensar, influencia toda a minha forma de agir hoje.
Desde o ano de 2014, uma palavra começou a vir bem clara e forte ao meu coração: “passo de fé”. Eu comecei a questionar a Deus se essa palavra era realmente Dele, em qual direção eu deveria dar esse passo e a resposta que eu entendi, ainda com medo foi “você sabe!”, “já coloquei em seu coração”. Então, coloquei diante de Deus tudo o que eu tinha: minha formação em Letras Francês, formação em estética e “meu” amor pelo povo muçulmano. Nesse momento foquei minhas orações na França e logo comecei a ter retorno da equipe Horizonte que está lá. Em meio as conversas com a equipe, ví que era importante ter uma estadia com eles para entender melhor a real necessidade e trabalhos que acontecem no país. Sem ter dinheiro, comprei as passagens (divididas em 10 vezes) e fechei a agenda com a equipe para ficar 45 dias no país. Em meio aos vários temores, a palavra que continuava em meu coração era “passo de fé”. Logo comecei o processo de muito trabalho e oração para levantar tudo que era necessário para a viagem, e nesse movimento todo,um convite inesperado de uma família muito querida surgiu “precisamos urgente de um professor de francês na India e gostaríamos que fosse você”. Eu ouvi aquilo e pensei “Loucura! Estou orando pela França e já está difícil. Imagina mais a India!?!”. Depois de algumas exposições dessa família, servos de Cristo na India, sobre as necessidades do lugar, grande presença de muçulmanos e etc, olhei para minhas mãos e ví que eu tinha o que era necessário e aceitei ir.
Pronto, o desafio acabava de dobrar! O agir de Deus foi completo, saí do Brasil com tudo que eu precisava. Muitos milagres e palavras vieram, mas sódepois que eu dei o “passo de fé”. O tempo na França foi totalmente conduzido por Deus, mas o foco aqui será sobre a India.
Vim para a India direto da França, eu estava morrendo de medo por causa das mudanças de vôo que teria de fazer nos aeroportos, principalmente pelo fato de estar sozinha, mas Deus colocou a mão sobre tudo!
Cheguei bem e a familia Almeida me recebeu como parte da família. Andando pelas ruas, uma das primeiras vistas que você se depara é com os grandes coqueiros por todo lado, vista que aprecio muito. De cara, já peguei um feriado hindu de uma semana, cada família e outros grupos preparam seus pequenos “Ganeshi’s” para jogar dentro do mar.
Minha entrada no país é como professora de francês e português, fato este que facilitou minha entrada e visto, tenho oportunidade de ter contato direto com muitas crianças, adultos e famílias, sejam eles hindus, muçulmanos, católicos ou etc, ricos e/ou pobres.
Quero comentar sobre as marcas vermelhas que as mulheres usam. Essas marcas possuem alguns significados. Como a India è grande e a quantidade de deuses tambem, cada regiao pode ter uma variacao no significado dessa marca vermelha. Por exemplo, no hinduismo, num geral, a marca vermelha na testa ou mesmo no couro cabeludo è a marca que mostra que a mulher è casada; mas na testa pode ainda significar que a crianca foi consagrada a algum deus ou ainda pode ser somente porque acha bonito usar a mesma (como era para minha colega de quarto antes de se converter). Muitos bebes tem marcas pretas nos rostinhos tambem, em hindi a expressao para isso è “nazer na lagna”, ou seja, “olhos nao podem tocar”, seria uma forma de deixar a crianca ou bebe feios para que os olhos maus das pessoas nao possam lhes fazer mal, e o papel da marca preta è proteger contra isso. Povo bem supersticioso. Em vários lugares existem árvores que eles cultuam como divindade. Uma indiana me disse sobre uma árvore em particular que era apenas uma pessoa que ia todos os dias deixar oferendas e fazer orações e de repente, construíram um templo mais elaborado e a todo tempo pode-se ver várias pessoas parando para deixar suas oferendas e fazer as orações.
Outra coisa que se vê, seja no ônibus ou nos templos das casas, é que as vezes em meio as várias divindades está lá também uma imagem de Jesus, ou seja, Cristo é mais um entre os vários que eles possuem.
Participei de um outro feriado em novembro de três semanas, feriado de Diwali – festa das luzes. Não é só o Brasil que gosta de um feriado.
Na região onde estou, existem muitos estrangeiros e, como é uma antiga colônia de Portugal, tem muita influência do mesmo. Além de alguns falarem um pouco e terem interesse pela língua portuguesa, esse fato também influencia na forma de vestir e comportamentos gerais, não sendo um lugar tão restrito como seria em outras partes da India.
Sobre as comidas, eles gostam muito de “curis” (molhos) e como se trata de uma região litorânea, os peixes são a especialidade do local. Não tem como não falar da pimenta, tem todos os níveis que você puder imaginar, não pode é faltar. Começar a suar enquanto está almoçando ou jantando faz parte do dia-a-dia.
Com relação as famílias, infelizmente não foram poucos os casos que ouvi onde há maus tratos e agressão física dos maridos com relação as esposas, e mais triste é ver que os filhos presenciam muito disso tudo, gerando diversos traumas e sabemos que infelizmente, devido ao exemplo e experiência dessas crianças, o indício e possibilidade de virem a repetir as mesmas coisas quando forem adultas, é enorme.
Há o Festival das Luzes conhecido também como Diwali aqui na Índia, como dou aula em uma escola local, não tem aula para os alunos durante três semanas (feriado) (você pensava que era só o Brasil que gosta de feriado??!!). O festival é uma festa dos Hindus, que é celebrada uma vez no ano. Muitas histórias são associados a Diwali, os rituais variam de acordo com a região, as luzes ou lâmpadas significam a vitória do bem sobre o mal.
Segundo a lenda Narkasur foi um Rakshas (demônio), que estava aterrorizando as pessoas, ele costumava vir para baixo para as aldeias e capturar e matar os cidadãos. Krishna matou e libertou as pessoas de seu terrorismo. Até este momento não havia paz por causa do medo das pessoas do Narkasur, mas com sua morte, as pessoas ficaram em clima de comemoração. São feitos desfiles dos demônios em uma rua onde várias pessoas assistem, lembra o “Carnaval”. Por volta das 4:00hs são queimados os demônios.
Durante os dias, aqui em Goa, estão havendo muitos fogos de artifício, eles desenham “rangolis” nas entradas das casas e colocam velas (convidando as “deidades” para visitarem suas casas), oferecem comidas e doces aos vizinhos e amigos, muitas oferendas e orações as deidades e etc.
Muita oração é necessária! As coisas não são nem discretas…
Nós temos que aprender a aproveitar as oportunidades para compartilhar da nossa fé, e o Natal foi um momento muito especial. O tema da aula foi “verdadeiro natal x falso natal”, pude falar um pouco sobre Jesus ser o presente de Deus para todas as pessoas. Em uma sala foi bem interessante, um dos alunos pediu permissão para contar toda a história de Jesus em inglês para os alunos porque ele sabia que ninguém ali conhecia a história. Então ele contou e os coleguinhas começaram a fazer perguntas sobre como tudo tinha terminado, se o “devil” derrotou Jesus e se a história era mesmo verdadeira. Respondemos. Terminei a aula entregando o cartão do “baby Jesus” e ia falando para cada um “esse é o presente de Deus para você”. Bem, foi um presente de Deus ter essa oportunidade, foi muito especial, talvez a única oportunidade para muitos ali de ouvirem sobre Cristo. Fiquem na paz!!!
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.” João 14.27
Agora tenho uma colega de quarto da Arábia Saudita-muçulmana, andando pela rua vimos uma mulher trabalhando carregando areia e outras coisas. Minha colega logo comentou “aqui as mulheres trabalham”, nós dissemos “sim”, mas que é triste por ser um trabalho pesado, sem falar da questão das castas que aprisionam a pessoa a viver somente de um tipo de serviço, não podem mudar, “nasceu daquele jeito, vai morrer assim”. Mas ela logo respondeu que não era ruim não, era ótimo, porque aqui as mulheres podem trabalhar, no país dela uma mulher não pode fazer nada. Interessante os olhares possíveis que podemos ter sobre uma mesma coisa, devido ao nosso conhecimento, experiência de vida, cultura e ainda mesmo fé. A Índia para minha nova colega de quarto, é um sonho…
Ainda estou em processo de conhecimento e aprendizagem sobre este lugar, mas é com prazer que compartilho um pouco do que tenho visto e vivido até aqui. Posso dizer que acredito que estou onde eu deveria estar, não no lugar que planejei, mas no lugar que entendo que realmente Deus me guiou a estar.
Te convido a ter uma caminhada diária de adoração a Deus, em tudo servindo a Cristo e procurando faze-Lo engrandecido, respondendo ao chamado Dele com temor e fé.
Não deixe de tirar um tempo para orar pela Índia, para que eles conheçam o Cristo. Também ore pelos servos de Deus que estão aqui, pra que sejam revestidos com temor a Deus, ousadia, autoridade e renovo dos ânimos e forças.
Texto: Kelly Moraes. escreva para a missionária – moraes.kellynha@gmail.com
Já estive na Índia com uma equipe dando suporte para os Missionários lá.
Atravessamos a Índia de Norte a Sul em dez dias.
Foi uma experiência inesquecível.
Trabalhamos com a Missão na vila dos Leprosos e pude ajudar nos curativos.
Visitamos casas Lares.
Estudantes. Em fim, foi muito bom.
Oro Sempre pela Índia, pois é uma Nação que amo muito.
Foi muito bom ler está esperiencia.
Abraços.