Nos últimos anos, muitas pessoas têm começado a apreciar mais, e de maneira mais completa, o grande poder e potencial de negócios como missão com ambas as intenções de entrar em contextos onde missionários não são bem vindos, e um mecanismo para catalisar a plantação de igrejas entre povos não alcançados. De fato, enquanto outros modelos frequentemente funcionam em outros contextos, Missão Empresarial é distintamente qualificada para abrir portas onde o Evangelho e a plantação de igrejas são mais necessários. Eu não vou dizer “exclusivamente” qualificada porque eu não quero receber um fluxo enorme de e-mails me chamando de extremista da Missão Empresarial, mas eu vou admitir que me inclino nesta direção.
Enquanto o poder da Missão Empresarial, de catalisar a plantação de igrejas, ainda torna-se crescentemente aparente para nós, essa relação não é nova. Lucas, em um aparente estilo hiperbólico, escreveu em Atos 19:10 que em um período de dois anos “todos os residentes da Ásia (mais ou menos a Turquia de hoje) ouviram a palavra do Senhor, judeus e gregos.” O que ele estava pensando? Certamente um médico e historiador nunca recorreria a tal ornamento da verdade!
Tomando consigo os discípulos, Paulo passou a ensinar diariamente na escola de Tirano. Então, isso continuou por dois anos, de forma que todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor. (Atos 19:9,10)
Todo mundo? Em um território geográfico enorme? Em somente dois anos? Bem.. Sim. Mais ou menos isso. Aparentemente, O “Instituto de Treinamento em Tirano” de Paulo (Atos 19:9) não era um programa residencial, nem puramente teológico em sua natureza. Ao contrário, ele parece ter discipulado e treinado pessoas que vieram e foram equipadas e então foram para as estradas e atalhos da Ásia, às vezes como “missionários” entrando em regiões não familiares, às vezes como “pessoas leigas” voltando para casa, para seus lugares de origem, mas sempre em missão.
Parece que tantas pessoas vieram e foram, tantos grupos foram equipados e enviados, suficientemente para que “todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia tenham ouvido a palavra do Senhor.”
Podemos deduzir que, provavelmente, não foram literalmente todos, mas grandes grupos de pessoas em todas as grandes cidades da Ásia, e provavelmente, alguns outros que estavam espalhados por toda a parte. Podemos também inferir que o “então” no versículo 10 não é uma palavra descartável, mas sim deliberadamente usada para expressar um propósito. Era propósito de Paulo treinar e enviar pessoas que evangelizariam e plantariam igrejas multiplicadoras! Quando percebemos o poder do plantio de igrejas multiplicadoras, não é difícil imaginar o cenário que Lucas descreve.
Podemos – com muita segurança – concluir ainda que as pessoas que Paulo estava enviando não eram todas “profissionais religiosos”. Pelo contrário, nem deveriam ser. Não houve nem tempo nem inclinação da parte de Paulo, nem tais profissionais religiosos treinados “com segurança” foram bem recebidos. (Você estuda onde?! Tiranossauro o quê? Nunca ouvi falar. Meio-período? Sério? É Modular? Pelo menos é reconhecido pelo MEC?)
Não, Paulo não era um modelo de missionário “convencional”. Ele já havia demonstrado em Corinto, em Atos 18:1-4, suas crenças na importância e no poder das profissões no ministério, e sua convicção de que enquanto Deus não chamar todos os Seus filhos para o ministério em tempo integral, Ele chama a todos para ministrarem em tempo integral, alavancando suas profissões como um contexto para o ministério. Isso é especialmente verdade com os negócios.
Alerta de Spoiler: Eu estou sequestrando Atos 18:1-4 de todos os fazedores de tendas! Ou talvez nós possamos compartilhá-lo?!
Em Atos 18:1-4, notamos que Paulo foi, por treinamento, um fazedor de tendas. Na verdade, ele era um vendedor de couro que frequentemente fazia tendas. Ele uniu forças com Áquila e Priscila e trabalhou profissionalmente, fabricando tendas, enquanto também ‘argumentava’ – o que entendemos como evangelismo – na sinagoga.
Mas você já parou pra pensar em coisas como, “Quem fez o marketing?” Eles tinham que ter clientes para comprar suas tendas. Como os clientes ficaram sabendo sobre o trabalho deles? Quem pagava as contas? Eles tinham que comprar o couro de alguém. Em outras palavras, Paulo, Áquila e Priscila eram uma equipe de ministério e de trabalho, i.e. um pequeno negócio.
De fato, essas mesmas dinâmicas poderiam certamente ter sido utilizadas para todas as equipes apostólicas de plantação de igrejas de Paulo. Enquanto Paulo era o especialista técnico (trabalhando com couro), é provável que Barnabás, Silas, Timóteo e outros colegas de equipe não fossem tecnicamente habilitados para trabalhar com couro. Então perguntamos, “O que eles faziam enquanto Paulo estava fabricando tendas?” Barnabás era um motivador. Talvez ele fosse o vendedor da equipe, encorajando as pessoas a comprar tendas? Timóteo era do tipo pastoral, então talvez ele tomasse conta do relacionamento com os clientes?
O ponto é esse: negócios e plantação de igrejas foram feitos um para o outro! Configurados apropriadamente, times de plantação de igrejas e equipes de negócios startup podem tornar-se um.
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Uma visão muito interessante.
Sim! Veja http://www.bambrasil.org.br para saber mais. Veja especialmente o Congresso que haverá em novembro (1-4) deste ano.