Budismos
Portanto, um cristão que desejar dialogar com um budista do Vietnã provavelmente terá uma conversa muito diferente de uma com um budista do Tibete, de Taiwan ou até mesmo do Brasil. É mais sábio pensar em Budismos – uma coleção de ideias e práticas fragilmente relacionadas, contidas em tradições e textos históricos –, do que pensar em uma religião unificada chamada Budismo.
O Zen-budismo no Japão e o Budismo Vajrayana no Tibete parecem conter similaridades, mas são muito diferentes. Um aldeão do Nepal pode não ter ouvido falar das Quatro nobres verdades do Budismo, mas se você as ler para ele, talvez ouça algo parecido com “Ah, essa é mais ou menos a maneira como eu vejo o mundo”.
As três tradições
Historicamente e doutrinariamente, há três grandes categorias de Budismo: o Budismo Theravada (Tradição dos Anciãos), o Budismo Mahayana (o Grande Veículo) e o Budismo Vajrayana (Veículo do Diamante ou duro como um Diamante). Os mahayanistas menosprezam os theravadianos, chamando-os de hinayanistas (veículos inferiores). Alguns estudiosos consideram os vajrayanistas uma subdivisão dos mahayanistas,
É mais sábio pensar em Budismos, do que pensar em uma religião unificada chamada Budismo.
These three broad traditions are located geographically:
- Theravada (or ‘southern Buddhism’) is of Sri Lanka, Thailand, Cambodia, Laos, and Burma.
- Mahayana is sometimes called ‘eastern Buddhism’, and includes the Buddhism of China, Japan, Korea, Taiwan, and Vietnam.
- Vajrayana is sometimes called northern Buddhism, and includes Tibet, Mongolia, Buriatia, Tuva, Kalmykia (in Eastern Europe), and Shingon Buddhism (Japan).
Each of these three traditions has sub-traditions. For example:
- Vajrayana (sometimes called Tibetan Buddhism) is comprised of four groups: the Nyingma, theKagyu, the Sakya, and the Gelug (to which the Dalai Lama belongs).
- Mahayana Buddhism includes (among others) Zen (and Ch’an), Tien Tai, and Pure Land.
- Theravadin Buddhism includes Thai Forest and Insight Meditation.
Geograficamente, essas três categorias estão distribuídas da seguinte maneira:
- Theravada (Budismo do Sul) – Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Laos e Birmânia.
- Mahayana (às vezes, chamada de Budismo do Leste) – China, Japão, Coréia, Taiwan e Vietnã.
- Vajrayana – (às vezes, chamada de Budismo do Norte) – Tibete, Mongólia, Buriácia, Tuva e Calmúquia (regiões da Rússia) e Budismo Shingon (Japão).
Cada uma dessas três tradições tem subdivisões:
- O Budismo Vajrayana (às vezes, chamada de Budismo Tibetano), que é composto de quatro grupos: Nyingma, Kagyu, Sakya e Gelug (ao qual o Dalai Lama pertence).
- O Budismo Mahayana, que inclui, entre outros, o Zen (e o Ch’an), o Tien Tai e o Pure Land.
- O Budismo Theravada, que inclui o a Tradição Tailandesa da Floresta (Thai Forest) e a Meditação do Autoconhecimento.
Além disso, algumas tradições que experimentaram uma renovação e um redirecionamento e tinham sido exportados para o Ocidente estão retornando a sua terra natal asiática. A Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana é um exemplo: saiu completamente do Tibete (informado pela seita Gelug), foi para o Nepal, depois para o Ocidente e retornou ao contexto budista tibetano, mantendo um centro em Ulaanbaatar, na Mongólia. Outras facções novas surgiram mais recentemente: a Soka Gakkai, um budismo humanista japonês, que teve certa proeminência no Ocidente durante algum tempo.
Como se envolver
É recomendável uma aproximação respeitosa, procurando ouvir bem para deixar claros os significados, mas sem receio de abordar as diferenças.
Na tentativa de se envolver com os budistas, o cristão normalmente sente-se confuso. As categorias do Budismo são complexas, baseadas em diferenças importantes em termos de visão de mundo. Stephen Prothero acertadamente observa que budistas e cristãos vêem o problema da humanidade e a sua solução de dois ângulos completamente diferentes.
Para um budista, o problema humano fundamental é o sofrimento, e sua solução seria o despertamento, com posterior libertação da samsara. Para um cristão, o problema fundamental do homem é geralmente identificado como pecado, cuja solução é a salvação/libertação em Cristo.
Eu recomendaria uma aproximação respeitosa, procurando ouvir bem para deixar claros os significados, mas sem receio de abordar as diferenças. Os exemplos de abordagens a seguir podem ajudar a quebrar barreiras em relação ao evangelho:
- Prática – “O que você faz?” Meditação, rituais e ética. Quais disciplinas espirituais eu pratico como cristão, sobre as quais posso falar?
- Doutrina/Teologia – “Como você encara o mundo ao seu redor?” A natureza da realidade, a natureza das divindades e Deus. Sofrimento e mal. Conheço bem minha própria fé, especialmente alguns assuntos mais profundos, como por que um Deus bom permite o mau no mundo?
- Autoridade – “Qual é a natureza dos textos em sua tradição, bem como o papel do seu guru/mestre?” Mitos, fábulas e literatura de sabedoria como provérbios. Qual é papel da Bíblia e dos pregadores/mestres que eu ouço sobre minha vida – tanto como autoridades quanto como formadores da minha visão de mundo – e sobre minha teologia?
- A pessoa ideal – “O que significa ser uma pessoa ideal?” O arhat (no Budismo Theravada), obodhisattva (no Budismo Mahayana/Varajrayana). O que significa ser “feito à imagem de Deus”? Sou capaz de explicar a singularidade de Cristo, tanto em sua humanidade como em sua divindade? Posso discorrer sobre expiação, ressurreição, ascensão e segunda vinda?
- Poder espiritual – “O que ou quem causa o sofrimento?” A lei da liberdade, da iluminação e da salvação. Seres espirituais. Estou seguro do meu lugar em Cristo para, em oração, ser capaz de entrar em batalha espiritual contra principados e potestades?
Algumas pessoas dizem que o Budismo tem pontos em comum com o Cristianismo: céu/paraíso no Budismo Pure Land, ou conceitos como compaixão e paz, que são freqüentemente citados pelo Dalai Lama. Entretanto, isso é superficial. O “paraíso” do Pure Land não é uma recompensa, mas apenas um lugar melhor para praticar o dharma (os ensinamentos budistas) e ter melhor oportunidade para obter despertamento. O Dalai Lama usa as palavras compaixão, paz e harmonia como tradução de palavras tibetanas cujo significado é muito diferente do sentido em português e seu entendimento no ocidente.
Alguns cristãos que se convertem do Budismo têm um conceito de Jesus Cristo como o bodhisattvamáximo, que deu sua própria vida em sacrifício para que outros pudessem ser libertos das amarras cármicas e do sofrimento (samsara) para um relacionamento completo com Deus.
Tendo em vista que as alegadas similaridades entre Budismo e Cristianismo são superficiais, os cristãos envolvidos na missão entre os budistas precisam também reconhecer que, como outras religiões, o Budismo tem sido pressionado pela dinâmica de um mundo globalizado. Assim, ele é igualmente suscetível à acomodação, ao fundamentalismo e à politização. O Sri Lanka e a Tailândia são exemplos disso.
Indo além
Várias agências missionárias evangélicas dão prioridade a grupos budistas, havendo ainda algumas redes de estudiosos cristãos que estão traçando estratégias para trabalhar entre os budistas na Ásia. Todo ano, em janeiro, uma conferência realizada em Chiang Mai, na Tailândia, reúne cristãos para pensar sobre missão entre os budistas e compartilhar as melhores práticas nesse sentido. Em 2012, foi realizado um seminário em Bangkok, reunindo reitores de 15 seminários asiáticos para rever os currículos das faculdades bíblicas em relação ao envolvimento missionário com os budistas. Se quiser saber mais sobre missão entre os budistas, contate-me pelo e-mail h.kemp@xnet.co.nz.
Fonte: Martureo